O
amor ele vem quando menos esperamos. Quando ele penetra nossa
existência, engradece a nossa vida. Passamos a viver como se fosse
dentro de um sonho. No relacionamento vem a fase do encanto, onde nos
enamoramos pela criatura que mal conheciamos instantes atrás. São
noites enluaradas, dias ensolarados, dialogos consistentes. Logo após
o processo de "alteração do estado de consciência inicial"
a relação começa a cair no estado de choque de realidade. Aquele
beijo apaixonado e doce, começa a virar algo mais enfadonho; as
dicas e o papo sobre sonhos e projetos que pareciam algo de grande
valor começam a se perder no tempo.
Você deve tá pensando que isso
é pessimismo da minha parte, pois acertou. Porém existe uma lógica
nisso.
Nos
tempos saudosos dos nossos avôs, o relacionamento durava quase que
eternamente, chamavam de amor, mas quais os motivos para um casal
passar tanto tempo juntos? Hoje quem viveu essa época pode contar
30, 40 e alguns 50 anos dividindo o mesmo teto. Já os pais da nossa
geração (eu tenho 32 anos), viveram a quebra de tabu, com a
revolucionária pipula anticoncepcional, a lei que permitiu o
desquite e depois veio a independência financeira da mulher. Logo se
descobriu que os casamentos dos nossos avós duraram uma parte por
heroísmo e renúncia, mas que a maioria foi por falta de
oportunidade de fugir, já que a mulher era submissa ao marido e não
podia partir quando desse na telha, afinal seria porta a aberta para
ser explorada por um mundo ainda totalmente machista.
Com
a liberação sexual vinda pelos beatnikes, movimento hippie,
consagrada com Woodstock em 1968, com a quebra de tabus e o grande
embate do movimento estudantil na França contra o sistema repressor
do regime de De Gaulle, cunhou-se ai o slogan: "É
proibido proibir". Jovens
estavam cansados de regras que muitas vezes eram apenas a falsa
aparência de uma sociedade comportada. O que pareciam lares felizes
não passavam de aparência do falso moralismo do que acontecia no
interior de cada lar, onde a violência contra a mulher tomava conta
da realidade.
Espera
ai, não era para falar de amor? Sim, claro, mas não podiamos perder
o senso do real, pois amor do conto de fadas de Rapunzel, Romeu e
Julieta não é uma coisa que podemos nos basear para conceituar a
vida de duas pessoas que querem compartilhar uma vida juntos. O amor
de adolescente pode durar para sempre, existem alguns exemplos que
provam isso, mas na maioria das vezes são experiências que apenas
servem para nos colocar no mundo real, pois com a decepção do
"primeiro amor" começamos a olhar as coisas com mais
ceticismo e nos colocamos na situação com mais consciência do
nosso papel. Como dizem: "se
amar primeiro para depois ser amado".
Hoje
com as grandes mudanças tecnológicas o que querem tanto homens como
mulheres é a busca do crescimento profissional, cada vez mais as
pessoas estão pensando em adiar o desejo de casamento para primeiro
construir o patrimônio e só depois constuir a familia desejada.
alguns preferem a solidão e se contentar com o amor dos amigos e dos
parentes.
Por Carlos Emanuel
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