Moradora de quitinete por um dia - Da Série "Sobre o Morar em Quitinete"

Por ocasião de minhas férias tive que viver alguns dias em uma quitinete. Moradia muito inusitada para mim que sempre morei em uma casa ampla, bem arejada, com vizinhos de ruídos não tão presentes.

Na “compacta” moradia tive uma experiência noturna nova. Nada de descanso, relaxar impossível! O fato é que quitinetes são moradias que mais se assemelham a uma casa com muitos cômodos e onde você não conhece as pessoas que moram ao lado, à frente ou acima, mas sabe tudo de suas vidas.

Por que sabe tudo? Porque ouve tudo! Desde uma criança “adorável” tentando viver sua tenra infância, fazendo birras, manhas, gritando, brincando e chorando, a mulheres que ganham a vida à noite ou vivem à noite. Chegam às três da manhã com seus altíssimos saltos fazendo toc toc no piso superior, ou chegam com gargalhadas e conversas altas como se fossem dez da manhã.

Na noite em questão, no quarto-casa à esquerda, um casal brigava passionalmente. A moça, alterada, quebrava copos, pratos, jarros e afins num momento de fúria. O marido tentava dar explicações. Por alguns minutos a discussão imperou. Até que se fez um silêncio... e tudo se acalmou. Penso que ocorreu algum súbito beijo de reconciliação.


As horas avançavam e eu começava a relaxar e a provar um delicioso cochilo, até que um estridente celular começa a tocar. Toca uma, duas, três vezes. “Seria um namorado apaixonado ligando na madrugada para fazer declarações à sua amada? Ou um noivo safado tentando reatar com a noiva?” Ela, por sua vez, tenta ignorar as chamadas do ex-futuro esposo. Nada do meu sono chegar, quando um inquilino passa no corredor fazendo barulho com seu molho de chaves. Só faltava assobiar para demonstrar que não estava nem aí pra quem tentava dormir naquela noite!

Dormir... Quando já me sentia mais leve com olhinhos pesados e silêncio reinante, meu companheiro começa a roncar ao meu lado. Pode?! Dei-lhe uns empurrões para ver se parava, mas de nada adiantou. Então peguei meus lençóis e travesseiro e fui para o sofá da sala onde adormeci, acordando no dia seguinte para logo escrever esse post.

Por Anônimo [O autor da postagem se identificou com os textos da minha série "Sobre o Morar em Quitinete" e pediu que publicasse sem perder seu anonimato. Fi-lo! - Neto Alves

Um comentário:

Unknown disse...

ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii