O silêncio era o mais bonito ali,
ela apenas o observava. A cada movimento que ele amarrava o lacinho da bota, ela
não perdia nada. Era bonito demais para os seus olhos, para aquela tarde, que já
era uma tarde qualquer.
O silêncio pairava, e ela estava lá,
toda boba, sorrindo por dentro, e com os olhos. No fundo ela desejava
fotografar aquela lindeza, mas não podia, qualquer movimento acabaria com toda
a delicadeza.
E tudo aconteceu naquele instante
com tamanha delicadeza, assim como as pinturas mais bonitas de Renoir.
Aquele momento deixaria marcas, profundas
até. Aquele laço teria várias voltas em outros momentos, inúmeras vezes , mas não
como naquela tarde.Ela guardou consigo na memórias as delicadezas mais lindas,
assim como o abrir e fechar de olhos, acreditando sempre, que apesar de todo o
amor envolvido, aquela tarde jamais iria se repetir, nunca mais.
Samara Veras
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